Loop anda até a escola. Ele entra pela porta da frente, vendo aquele monte de filhotes ainda nos corredores, brincando e conversando. Ele anda imponentemente pelos corredores, chamando atenção dos outros filhotes. – Quem é? – perguntavam. Ninguém tinha visto Loop antes. Ele acena para seus “coleguinhas”, os quais nem desconfiavam que alguém tão jovem estava prestes a se tornar professor deles. Baltasar percebe Loop se aproximando nos corredores. A barriguinha de filhote, as coxas, bumbum, bochechas, até os bracinhos de Loop eram um doce. Baltasar suspirou longamente e andou até Loop, curvando-se para cumprimentá-lo: – Oi, Loop! Eu não sabia que você era tão… baby. Loop dá um risinho. – É, eu sempre recebo esse elogio quando entro numa escola, mas é a primeira vez que recebo de um macho – disse Loop. – Vem, vou te levar à sala dos professores. Loop e Baltasar vão à sala dos professores, onde está Cid. Loop põe dois livros na cadeira onde vai sentar e escala, quase que penosamente, a cadeira com os livros, a fim de poder olhar pra Cid, o qual também está sentado à mesa. – Essa lei do notório saber é de lascar, né não? – comenta Cid. – Bom, eu sou um filhote de notório saber – disse Loop. – Mas então, qual é minha sala? – Aqui, deixa eu te mostrar – diz Baltasar, pegando Loop nos braços e o levando até o mural dos horários. Loop se sentiu um pouco desconfortável em ser abraçado por Baltasar, mas, conquanto não passasse de um abraço, ele resolveu deixar. Ele olhou o mural e viu onde suas aulas, as de biologia, seriam ministradas. – Obrigado – disse Loop. Baltasar beijou o alto da cabeça de Loop. – De boas, filhote – ele disse. Loop corou sob o pelo. – Poxa, você é mesmo atraído pelos pequenos, né? – disse Loop. – Olha, eu não corto pra esse lado. – Tudo bem, eu posso respeitar isso – disse Baltasar. Silêncio por alguns segundos. – Mas você pode me colocar no chão, pelo amor de Deus? – disse Loop. Baltasar põe Loop no chão. O coelho vai até sua sala e entra. – Ei, bom dia! – ele diz. Todos imediatamente prestam atenção. – Você não é o aluno novo? – diz Henrique. – Eu não sou aluno, sou professor, sem enxame – responde Loop. – Tenho o diário de classe pra provar. – Cacete! Tu és professor? Que idade você tem? – Eu tenho treze. Murmúrios passam pela sala. – Tá bom, chega de papagaiada – disse Loop. – Vamos ao que interessa. Eu vou ensinar biologia pra vocês. – Do que você tá falando? – disse Sheila. – Fala sério. Você tem quase nossa idade e tá se metendo a professor. Duvido que você tenha sido investido. – Eu posso chamar o Cid aqui e ele explicará. Mas, se você prefere dessa forma, eu não exijo que você preste atenção. Mas seja um bom menino e fique ao menos em silêncio. – Eu sou menina – disse Sheila. Loop apertou os olhos e se concentrou, olhando Sheila. – Poxa, você parece um menino… - Loop comentou. – Bom, chega de papo furado. Sheila olhou noutra direção, não querendo colaborar. – Pronto – disse Loop, uma hora depois de aula ter começado. –, é assim que são feitos os bebês. – Que palhaçada – disse Sheila. – Todo o mundo aqui sabe disso. Ninguém aqui é inocente. Loop levantou uma sobrancelha e olhou pra Sheila. – Escuta, qual é o seu problema? – ele perguntou. – Qual é o seu? – retrucou Sheila. – Você devia estar nesta sala como aluno. Eu não aceito receber aula de alguém só quatro anos mais velho. Loop apontou pra porta. – Vai pra casa, então – ele disse. – Mas, tipo, você só entra aqui depois com seus pais. – E quem vai me obrigar a trazer meus pais? – insistiu Sheila. – Escuta, quer saber? Fale o que quiser. Sheila até quis falar alguma coisa, mas não sabia o quê. Ela silenciou novamente. Enquanto isso, Henrique comia umas batatas fritas em sala de aula. Loop viu. Henrique ficou acanhado e guardou as batatas. – Relaxa – disse Loop. – Eu não proíbo meus alunos de comerem durante a minha aula, provido que façam isso em silêncio. O que me faz lembrar: se quiserem conversar, façam isso através de bilhete. De acordo? Henrique piscou duas vezes. – Tá! – ele disse. Henrique imediatamente preparou um bilhete, o qual ele entregou pra Sheila. A macaca pegou o bilhete e leu. “Quer trepar no recreio?” Sheila escreveu algo de volta e mandou pra Henrique. “Vá se lascar.” Vitória ficava observando Loop. Em certo momento, Loop percebeu e sorriu pra pupila. Vitória corou, mas manteve a pose. Ela nem sequer desviou o olhar, para não demonstrar que havia ficado sem jeito com o sorriso. Loop voltou-se para o quadro e voltou a escrever, por vezes tendo que subir na cadeira. – Eu poderia dar aula melhor que essa – desafiou Vitória. Por causa dos bilhetes que os alunos estavam passando e por causa do fato de que Loop estava escrevendo no quadro na hora em que Vitória falou, aquela havia sido a única voz ouvida na sala. Todos olharam pra Vitória, inclusive Loop. – Educação sexual é fácil – ela continuou. – Eu poderia dar aula melhor que essa. Loop sorriu pra Vitória e virou-se pra ela. Vitória não esperava que Loop fosse sorrir. – Tudo bem, venha cá – disse Loop. Vitória não se mexeu, continuou olhando Loop com cara feia e braços cruzados. Loop sorriu simpaticamente pra Vitória e voltou a escrever no quadro. Vitória não sabia como reagir àquilo…. Vitória olha noutra direção, apoiando o queixo na pata. Ela queria responder a ofensa, mas não encontrava resposta a altura. “Por que tinha que ser um macho?”, ela pensava, “Ainda mais tão jovem! Isso é inaceitável….” “Eu deveria ir e dar educação sexual por conta própria, mas….” Vitória hesitou. Ela não tinha qualificação e não conhecia as regras administrativas da escola. Ela poderia ser penalizada, falar alguma besteira ou posar de idiota. Enquanto Loop explicava a matéria, Vitória começou a reparar na voz do pequeno adulto. Sua voz era muito masculina, quando a puberdade lhe permitia falar como homem, em vez de menino. A aparência também atraía e seu tamanho lhe permitia sentar na mesa, pondo-se acima dos alunos, mas ainda de forma relaxada. Parecia despojado e, até o momento, não se importava com o comportamento dos alunos, desde que tal comportamento não atrapalhasse a aula. E talvez porque o controle não era tão estringente, a aula transcorria melhor do que se o professor fosse outro. Não havia conversas paralelas porque bilhetes eram liberados. E, de alguma forma, os alunos que comiam durante a aula prestavam mais atenção. Vitória via que Loop era diferente e havia algo interessante nisso. Mas ela não deixava esse sentimento transparecer… Durante o recreio, Sheila andava pelo parquinho, procurando por Vitória. Depois de alguns minutos, ela parou e sentou-se à mesa que tem no gramado. Ela ficou pensando naquele professor e no quanto Vitória olhava pra ele durante a aula. Não era do feitio de Vitória ficar olhando para meninos, ainda mais em posição de autoridade. “Pra onde ela foi?”, pensava Sheila. Na verdade, Vitória estava atrás da escola, sentada, pensando. Por alguma razão, Loop lhe enchia os pensamentos. Ela não sabia por quê. Ela nem sequer gostava de sua aparência. Ela não gostava de nada em Loop. Apesar disso, ela não conseguia parar de pensar no momento em que Loop a desafiou a dar aula e ela não foi capaz de responder como sempre respondia: com sarcasmo e ofensas. – Algo errado? – perguntou Loop, interrompendo o pensamento de Vitória. Vitória tomou um susto, mas não deixou isso transparecer. Ela olhou para Loop. – Não – ela respondeu, desviando o olhar. – Escuta, desculpa se eu agi mal durante a aula – disse Loop. – É que foi minha primeira vez, entende? Vitória ficou irada ao ouvir aquilo, mas se conteve. – É mentira – ela disse. -; ninguém vai tão bem na primeira aula. – Imaginei que fosse dizer isso – respondeu Loop, sentando-se ao lado dela. Ela insistia em olhar noutra direção. – Vai pedir um troca-troca por acaso, menino safado? – perguntou Vitória. – Só se eu quisesse perder o emprego – respondeu Loop. – Eu só vim aqui mesmo porque eu vi que você tinha ficado meio ofendida. – Então você percebeu? – Claro. Vitória sentia que gostava da presença de Loop, mas detestava o fato de que Loop se colocava como superior a cada maldita frase. – Se eu tivesse estudado, eu poderia ter dado aula melhor que a sua – disse Vitória, meio que entre os dentes. – Claro, você quem diz – disse Loop. – Sabe, dar aula não é uma questão meramente de conhecimento, mas também de prática, desenvoltura… Vitória novamente se achava vítima da voz quase pueril de Loop. – Algum dia você poderá fazer isso – completou Loop. – Daqui a uns cinco anos, que nem você? – perguntou Vitória, sarcasticamente, ainda sem olhar pra Loop. – Se tiveres talento. Ela olha pra Loop, mas não consegue fazer uma cara enraivecida o bastante para intimidar Loop. – Desculpa se eu ofendi – disse Loop, olhando Vitória nos olhos. Vitória suspira e diz baixo: – Eu não gosto de gente como você. – Como eu? – pergunta Loop. – Machos. Meninos, homens. – Bom, eu, pelo menos, nunca farei mal a você. Loop tinha boa aparência, boa voz e personalidade dócil. Vitória sentia que podia abrir uma exceção para Loop. Ela suspira e não responde mais, precisando pensar no assunto. O sinal toca. Vitória se levanta e silenciosamente volta pra sala, deixando Loop sozinho. Na sala, enquanto espera Cid chegar, Vitória fica pensando no que Loop disse. “Eu deveria ter dado aquela aula….” Ela então percebeu que Loop estava ocupando demais seus pensamentos. No entanto, Loop estava se mostrando extremamente intrusivo… Vitória tentava, mas não conseguia tirar nem Loop, nem sua provocação, de sua cabeça. “Eu sabotarei a próxima aula dele”, pensa Vitória. “Ele pensa que pode me seduzir com sua conversa? Pois verá.” Vitória não notara que já estava vendo os atos de Loop como sedução. A aula de Cid começa, mas Vitória não presta atenção. Loop walks to school. He walks in the front door, seeing that lot of cubs still in the halls, playing and talking. He walks imposingly down the corridors, catching the attention of the other cubs.  - Who is it? - They asked. No one had seen Loop before. He nods at his "peers," who did not even suspect that someone so young was about to become their teacher. Baltasar notices Loop approaching in the corridors. The rabbit’s tummy, the thighs, the butt, the cheeks, even Loop’s arms were sweet. Baltasar sighed at length and walked to Loop, bending over to greet him:  - Hi, Loop! I did not know you were so ... baby-looking. Loop giggles.  - Yeah, I always get that compliment when I walk into a school, but it's the first time I get it from a male - Loop said.  - Come, I'll take you to the teachers' room. Loop and Baltasar go to the teachers' room, where Cid is. Loop puts two books in the chair where he would sit and climbs, almost painfully, the chair with the books, so that he can look at Cid, who is also sitting at the table.  - This law of notorious knowledge is shit, is it not? - comments Cid.  - Well, I'm a notorious cub - Loop said. - Where’s my classroom?  - Here, let me show you - Baltasar says, taking Loop in his arms and showing him a timetable glued to the wall. Loop felt a little uncomfortable in being embraced by Baltasar. He looked at the table and saw where he would give his biology classes.  - Thank you - Loop said. Baltasar kissed the top of Loop's head.  - Good cubbie! - he said. Loop flushed under his fur.  - You're really attracted to the little ones, are not you? - Loop said. - Look, I do not swing that side...  - All right, I can respect that - Baltasar said. Silence for a few seconds.  - But can you put me down, for God's sake? - Loop said. Baltasar puts Loop on the floor. The rabbit goes to his room and enters.  - Good morning! - he says. All cubs immediately pay attention.  - Are not you the new student? - Says Henrique.  - I'm not a student, I'm a teacher, no joke. - Loop replies. - I have the class diary to prove it.  - Dammit! Are you a teacher? How old are you?  - I am thirteen. Murmurs pass through the room.  - Anyway - said Loop. - Lets go to what matters. I'm going to teach biology to you.  - What are you talking about? - Said Sheila. - Seriously. You are almost our age and you are a teacher. I doubt you have been invested.  - I can call Cid here and he'll explain. But if you prefer it that way, I do not demand that you pay attention. But be a good boy and be at least silent.  - I'm a girl - Sheila said. Loop narrowed his eyes and concentrated, looking at Sheila.  - Wow, you look like a boy … - Loop commented. - Well, enough talk. Sheila looked in another direction, not wanting to cooperate.  - All right - Loop said, an hour after class started. - that's how babies are made.  - What an ass - said Sheila. - Everyone here knows that. No one here is innocent. Loop raised an eyebrow and looked at Sheila.  - Listen, what's your problem? - he asked.  - What is yours? - replied Sheila. - You should be in this room as a student. I do not accept to take lessons from someone just four years older. Loop pointed to the door.  - Go home then - he said. - But bring your parents with you next time.  - And who's going to make me bring my parents? - Sheila insisted.  - Listen, you know what? Say what you want. Sheila wanted to say something, but she did not know what. She silenced again. Meanwhile, Henrique ate some French fries in the classroom. Loop saw. Henrique was sheepish and put away the fries.  - Relax - Loop said. - I do not forbid my students to eat during my lesson, provided they do so in silence. Which reminds me: if you want to talk, do it by wirtten messages, deal? Henrique blinked twice.  - OK! - he said. Henry immediately prepared a note, which he handed to Sheila. The monkey took the note and read. "Do you want flomp in the playground?" Sheila wrote something back and sent it to Henrique. "Go fuck yourself." Vitória was watching Loop. At one point, Loop noticed and smiled at the pupil. Vitória blushed, but kept the pose. She did not even look away, not to show that she had been embarrassed by the smile. Loop turned to the blackboard and wrote again, sometimes having to climb onto the chair.  - I could teach better than this - Vitória said. Because the students were passing notes to each other, and because Loop was writing on the board the moment Vitória spoke, that was the only voice heard in the room. Everyone looked at Vitória, including Loop.  - Sexual education is easy - she continued. - I could teach better than that. Loop smiled at Vitória and turned to her. Vitória did not expect Loop to smile.  - All right, come here - Loop said. Vitória did not move, she continued to look at Loop with an ugly face and crossed arms. Loop smiled sympathetically at Vitória and wrote again on the board. Vitória did not know how to react to that .... Vitória looks in another direction, resting her chin on her paw. She wanted to respond to the offense, but could not find the answer. "Why did it have to be a male?" She thought, "Even more so young! This is unacceptable…." "I should go and give sex education on my own, but ..." Vitória hesitated. She had no qualifications and did not know the school's administrative rules. She could be penalized, speak some bullshit or pose as an idiot. As Loop explained the content, Vitória began to notice the little adult's voice. His voice was very masculine, when puberty allowed him to speak as a man rather than a boy. The appearance also attracted and his size allowed him to sit on the table, putting himself above the students, but still in a relaxed. He seemed confident and, so far, did not care about student behavior, as long as such behavior did not disturb the class. And perhaps because the control was not so strenuous, the lesson was better, compared to the classes given by more strict teachers. There were no parallel conversations because note exchange was allowed. And somehow, the students who ate during class paid more attention. Vitória saw that Loop was different and there was something interesting about it. But she did not let that feeling show ... During recess, Sheila walked around the playground, looking for Vitória. After a few minutes, she stopped and sat down at the table. She thought about that teacher and how much Vitoria was looking at him during class. Vitória didn't usually stare at boys, specially when boys are invested with authority. "Where did she go?" Sheila thought. In fact, Vitória was behind the school, sitting, thinking. For some reason, Loop filled her thoughts. She did not know why. She did not even like his looks. She did not like Loop at all. Despite this, she could not stop thinking about the moment Loop challenged her to teach, and she was not able to respond as she always did.  - Something wrong? - Loop asked, interrupting Vitória's thought. Vitória was startled, but did not let it show. She looked at Loop.  - No - she said, looking away.  - Look, I'm sorry if I did something wrong during class - Loop said. - It was my first time, you know? Vitória was angry at those words, but she restrained herself.  - Don't lie to me - she said. -; No one goes so well in the first class.  - I figured you'd say that - Loop said, sitting down beside her. She insisted on looking the other way.  - Are you going to play "show and tell" with me, you naughty boy? - Vitória asked, sarcastically.  - Only if I wanted to lose my job - Loop said. - I just came here because I saw you were kind of offended.  - So you noticed?  - Of course. Vitória felt that she liked the presence of Loop, but she hated the fact that Loop seemed to sound superior in every damn phrase. Vitória wasn't sure if it was just her paranoia about boys or if Loop was really trying to piss her off, deliberately. - If I had studied, I could have taught it - said Vitória.  - Of course - Loop said. - You know, giving class is not merely a matter of knowledge, but of practice, of ease. Vitória again was a victim of Loop's almost puerile voice.  - You can do that someday - Loop said.  - Five years from now, like you did? - Vitória asked sarcastically, still not looking at Loop.  - If you have talent. She looks at Loop, but can not make a face enraged enough to intimidate Loop.  - Sorry if I offended you - Loop said, looking Vitória in the eyes. Vitória sighs and says low:  - I do not like people like you.  - Like me? - Loop asks.  - Males. Boys, men.  - Well, at least I will never harm you. Loop had good looks, good voice and docile personality. Vitória felt she could make an exception for Loop. She sighs and does not answer any more, needing to think about it. The bell rings. Vitória rises and silently returns to the classroom, leaving Loop alone. In the classroom, while waiting for Cid to arrive, Vitória is thinking of what Loop said. "I should have given that lesson ..." She then realized that Loop was taking up too much space in her thoughts. She tried to push Loop away from her mind. However, Loop was proving to be extremely intrusive ... Vitória tried, but could not get neither Loop, nor the teasing, out of her head. "I'll sabotage his next class," Vitória thinks. "Does he think that he can seduce me with his conversation? Watch and weep." Vitória had not noticed that she was already seeing Loop's acts as seduction. Cid's class begins, but Vitória does not pay attention.