"era o lugar perfeito praquilo acontecer: calmo, silencioso, mentalmente estimulante - um passeio no carro era um belo indutor de reflexões. De repente, enquanto viajava nas luzes da cidade, Paul sentiu uma presença, uma especial, diferente. "é realmente voce?" ele perguntou mentalmente para o ser astral, "mas é claro" a calma e suave voz masculina respondeu telepaticamente. >> >> "achei que voce tinha ido de vez" - Paul continuou sem olhar para a entidade - "ja faz um bom tempo, cara." o espirito pegou a sutil dureza em sua voz, totalmente compreensível com os eventos recentes. "achei que voce estava preparado pra seguir sozinho, entao eu voltei atras para te dar espaço, eu nao tinha a menor ideia de que iria desmoronar tudo desse jeito." - >> >>Paul respondeu a essa ultima confissão com um sarcastico "hunf", e isso motivou o ser a adicionar: "e aquelas coisas que te disse, sobre te achar mal-agradecido com a minha ajuda, eu retiro tudo; eu me apeguei demais a voce e o tratei como se estivessemos mesmo juntos(mated). me desculpe, mesmo." e com isso, a entidade pos uma de suas maos sobre uma das de Paul, que estava no banco o tempo todo. >> >> Paul reagiu ao toque e olhou para ele: era um homem-gato preto, por volta do mesmo tamanho e idade de Paul, mas mais em forma e coma uma bela aparencia felina, e seus olhos amarelos tocaram o coração de Paul como nada mais nunca o fez. o corpo de Paul nao podia ver, ouvir e menos ainda sentir aquele ser, mas sua alma o fazia sem muito esforço. isso o fez se perguntar mais uma vez >> >> "porque ele nao é real?" e isso o fez lembrar de outra pergunta que estava o incomodando ultimamente: "voce é ele, isto é, minha alma-guardiã?" "poderia dizer que sim" o garoto-gato respondeu. era isso o que ele temia, que ele tivesse transado com o seu guardiao, soava como incesto! o espirito sentiu sua reaçao e adicionou logo em seguida "mas nao literalmente, >> >> eu sou um extrato da parte carinhosa dele, retirada pouco antes de ele se corromper. sorte sua ter me achado." mas Paul ainda estava incomodado com essa realização: "ainda assim, eu fiquei muito intimo, e até me apaixonei, se é que posso chamar assim, com..." - ele olhou pro gato ao seu lado e quase disse 'voce', mas mudou bem a tempo - "...meu espirito-guia." >> o gato o lançou um olhar sereno, compreensivo e talvez até amoroso, direto em seus olho, e consequentemtente em seu coração. "talvez nao seja tao perverso quanto voce pensa, e se fossemos amantes em outra vida ou algo assim? porque voce nao pode se permitir um pouco de amor incondicional pelo ao menos uma vez?" isso sendo dito na voz dele era tentador - e pensar que ha alguns anos atras >> >> isso teria o assustado, uma voz masculina o seduzindo... "Vai lá, voce pensa demais!" o espirito deu uma amigavel cotovelada, o que o fez olha mais uma vez para ele: o pelo escuro e brilhante, o sorriso radiante e os olhos hipnotizantes mudando sob as luzes da cidade eram uma visao incrivel, o que fez seu coração muito mole, o suficiente para quebrar: "E-eu nao aguento mais, é-é-é doloroso dema is!" [CONTINUA...]